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quinta-feira, 21 de março de 2013

Os principais elementos e constitui o estudo sobre a reforma agrária na região de Araraquara‐SP




Conforme a professora Vera Lucia Silveira Botta Ferrante e, seu texto A REFORMA AGRÁRIA DIANTE DAS ESTRATÉGIAS DO AGRONEGÓCIO: O CASO DOS ASSENTAMENTOS DE ARARAQUARASP, BRASIL” , diz que “Acompanhar, por mais de duas décadas, a implantação e o desenvolvimento de numerosos núcleos de assentamentos de reforma agrária na região agrícola mais rica do Brasil, dominada pelo agronegócio da cana e da laranja, tem sido fascinante exercício sociológico.”, pensamos que: primeiro torna-se importante essa região pelo fato de ser um objeto de pesquisa do ponto de vista sociológico, porém percebemos que existem alguns pontos para exploração tais como: uma região agrícola “mais rica do Brasil”, outro seria que essa riqueza que é controlada pelo agronegócio.
Partindo desse prisma ela continua “Pode-se considerar quase um milagre que reivindicações de trabalhadores destituídos de terra, (e à época também de direitos trabalhistas), tenham conseguido estabelecer territórios de reforma agrária, em meio à “chama verde” de extensos canaviais”, pensamos que uma região “rica” como essa e dominada por coronéis dificilmente deixaria que houvesse outro tipo de trabalho nessa região que não estivesse sob seu controle.
Chama-nos atenção uma observação de Ferrante quando diz que, “Já nos anos 90, parte da nossa equipe de pesquisa, ligada a BOTTA FERRANTE, analisava lutas, ajustes, avanços, recuos e resistências, buscando conceitos novos que dessem conta dessa complexidade e chegando ao conceito de modos de vida, que tem sido fértil do ponto de vista analítico para compreensão desses novos atores sociais. Paralelamente, parte da equipe ligada a WHITAKER, aprofundava a observação, com base no conceito antropológico de cultura, tentando compreender os processos através dos quais sujeitos que sofreram dolorosas rupturas em suas trajetórias, tentavam reconstruir suas vidas, reunindo fragmentos culturais que lhes permitissem articularse dignamente ao sistema dominante. Por um lado, observavamse o passado e as rupturas e, por outro, a reconstrução e os modos de vida. Parte desse novo modo de vida implicou recuperar a mãe natureza: resgatar conhecimentos do passado, renovar tradições, estabelecer diversidades e heterogeneidades que garantam essa recuperação em terras desgastadas pela monocultura de eucaliptos, por exemplo – caso de alguns núcleos de terras públicas cedidas para assentamento na Fazenda Monte Alegre". (WHITAKER, 2003). Pensamos que com essa fala ela demonstra que já existia interesse em observar esse fenômeno de reforma agrária, debaixo das barbas dos coronéis.
Portanto conforme destaca a nossa amiga Chizlene, “Apartir da subjetividade nas relações sociais que desenvolveram o olhar antropológico, este trouxe os conflitos e as adaptações culturais que sofreram os assentados enquanto que sociologicamente foram impulsionados à modificações vista ao desenvolvimento do setor agro-industrial onde as tensões políticas e econômicas passam a definir um novo modelo de vida destes assentados”, FERRANTE diz que “Nossas pesquisas desvelaram um mundo de diversidade agrícola, alimentação abundante e farto excedente para comercialização, além de cultivos específicos. Cumpre lembrar, porém, que os assentamentos desta região são verdadeiros enclaves, em meio à “plantation” de canadeaçúcar, o que os fragiliza enormemente face ao poder econômico do agronegócio.Temos acompanhado a luta dos assentados que transformaram terras desgastadas em territórios de vida e trabalho, com significativas vantagens para recuperação ambiental”. Corroborando assim a fala de Chizlene.
Surge nesse cenário um interesse da classe dominante quando percebe que os assentados permanecem firmes diz Cida, referindo-se ao texto de FERRANTE “Mas, paralelamente, usinas de açúcar e álcool do entorno, investiram e, em diferentes momentos, conseguiram parcerias autorizadas pelos poderes competentes, inviabilizando algumas dessas conquistas. A presença constatada da cultura agroindustrial da canadeaçúcar nos assentamentos rurais expõe o futuro destas experiências de Reforma Agrária a controvérsias de natureza diversa, o que exige um olhar atento e crítico sobre esta trajetória”.
FERRANTE faz uma pergunta da seguinte forma, “Com a expansão da cana nos assentamentos, quais disposições criadas são capazes de possibilitar aos assentados tomarem as rédeas de suas vidas em suas próprias mãos, garantindo sua subsistência e ampliando suas perspectivas de renda, sem prejuízo das alternativas de participação, de inclusão e de organização social?”, pensamos que uma vez que esse assentamento foi cooptado pelo agronegócio enfraquecendo suas estruturas através dos meandros políticos a resistência dessa organização torna-se vulnerável porém a mesma organização tem uma possibilidade de continuar sua produção porém agora sob os olhares dos Agro-Industriais.
Encerramos com o último parágrafo desse texto quando FERRANTE diz, “Reiteramos, cabe a nós, investigadores, analisar alternativas e rumos dessas experiências de Reforma Agrária, os quais não podem ser discutidos sem ser passada em revista, em profundidade, a trama de tensões presentes nos paradoxos da integração do assentamento aos complexos agroindustriais e na difícil, mas possível, perspectiva de um modelo de desenvolvimento alternativo”, pensamos que os dominadores sempre querem estar subtraindo, e não querem somar e muito menos dividir, sempre querendo mais esse é o capitalismo apoiado na não reforma agrária.

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