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quinta-feira, 25 de abril de 2013

‘Somos tão jovens’ tem Renato Russo ‘real’ e texto artificial


Thiago Mendonça faz boa caracterização, mas diálogos são esquemáticos. Amizade em Brasília e descoberta de homossexualidade são mostradas.

Foto: Divulgação
Por Rodrigo Ortega, no G1
A juventude de Renato Russo antes da fama na Legião Urbana é retratada com boa atuação de Thiago Mendonça, mesmo com os diálogos forçados e o roteiro esquemático do início de “Somos tão jovens”. Com 1h45 de duração, o filme estreia no dia 3 de maio nos cinemas brasileiros.
O filme dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, de “A rainha diaba” (1973) e “Gatão de meia idade” (2006), demora a engrenar, iniciado com uma apresentação pouco natural da descoberta do punk rock por jovens de Brasília no fim dos anos 70 e a formação do Aborto Elétrico, primeiro grupo de Renato.
Algumas cenas fazem pouco para envolver o espectador no drama do personagem e servem mais como um documento repetido sobre Renato Russo. O protagonista conversa com um colega sobre os Sex Pistols, como em uma tentativa de explicar didaticamente a influência da banda. As discussões com os pais sobre o futuro do filho e a situação do país ou o “nós vamos dominar o mundo” gritado aos companheiros do Aborto Elétrico também são pouco envolventes.
Renato (Thiago Mendonça) e Aninha (Laila Zaid) Foto: Divulgação
Renato (Thiago Mendonça) e Aninha (Laila Zaid) Foto: Divulgação
O filme engrena a partir de sua metade. A relação com Aninha, interpretada por Laila Zaid, também em boa atuação, se complica e passa a ser um dos dilemas centrais. O rompimento com Fê Lemos (hoje baterista do Capital Inicial) no Aborto Elétrico e a descoberta da homossexualidade de Renato Russo (com destaque para o episódio em que ele pede para ficar com Flávio Lemos, hoje baixista do Capital) reforçam o drama.
Thiago Mendonça também vai bem nas cenas em que canta as músicas de Renato Russo. A produção do filme diz que voz foi captada ao vivo nas gravações, sem uso posterior de estúdio para os vocais. No início do longa, os momentos musicais são superiores aos diálogos. No final, finalmente consegue-se integrar bem o drama da história à interpretação das músicas.
O fato de o próprio Renato Russo ter sido conhecido por trejeitos teatrais faz com que o tom empostado do filme não comprometa a caracterização de Thiago Mendonça. O ator, cujo papel anterior mais conhecido no cinema foi como o cantor Luciano em “2 filhos de Francisco” (2005), às vezes tem tom filosófico e em outras puxa para a ironia o jeito formal de falar, assim como o cantor fazia em entrevistas e shows.
Ibsen Perucci interpreta Dinho Ouro Preto em 'Somos tão jovens' (Foto: Divulgação)
Ibsen Perucci interpreta Dinho Ouro Preto em
‘Somos tão jovens’ (Foto: Divulgação)
Outras figuras que se tornariam conhecidas na música brasileira são retratadas, como Dinho Ouro Preto e Herbert Vianna. A ajuda de Herbert – interpretado de modo caricatural, mas engraçado – para o início da Legião, ao gravar “Química” e fazer o contato entre Renato e o então jornalista Hermano Vianna, seu irmão, é breve, porém importante na história.
Nicolau Villa-Lobos, filho de Dado, guitarrista da Legião, interpreta o pai em participação rápida. Isso acontece porque “Somos tão jovens” mostra apenas o início da história do grupo mais famoso de Renato, ainda uma década antes da morte do cantor, por complicações causadas pela Aids, em outubro de 1996.
Mais Legião no cinema em 2013
Além de “Somos tão jovens”, outro filme inspirado em Renato Russo entra em cartaz em maio no Brasil. Inspirado no hit homônimo da Legião Urbana, “Faroeste caboclo” – que estreia no dia 30 – tem Ísis Valverde no papel de Maria Lúcia e Fabrício Boliveira como João do Santo Cristo, personagens da letra do compositor. A direção é do estreante em longa René Sampaio.
Filmagem de 'Somos tão jovens' (Foto: Divulgação)
Filmagem de ‘Somos tão jovens’ (Foto: Divulgação)

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